O Ponto
Aventura
12+ anos
O eco do like
por Fernando Madruga
No início, o like era um gesto simples: um toque, um sinal de aprovação. Um jeito rápido de dizer “vi você” sem precisar gastar palavras. Mas o que começou como um elogio virou medição de valor — e o eco do like começou a moldar o próprio ser humano.
Logo, não bastava existir — era preciso ser visto. E ser visto não bastava — era preciso ser curtido. A identidade, que antes morava no espelho, mudou-se para o feed. O reflexo virou pixel, e a alma, métrica.
O like tornou-se o novo batimento cardíaco da autoestima: quando sobe, vem a euforia; quando cai, o colapso. O amor próprio, antes construção, virou atualização de página.
A solidão digital é um fenômeno curioso: nunca se falou tanto, nunca se escutou tão pouco. Cada post é um grito dizendo “me amem”, e cada silêncio um lembrete cruel de que o algoritmo não tem coração.
O ponto, observando tudo de longe, ri com melancolia: “Eles queriam ser deuses, mas se contentaram em ser notificações.” O eco do like reverbera pelo vazio — um som doce e oco, como palmas em auditório vazio.
E assim, o ser humano, outrora criador de sentidos, passou a buscar sentido nas reações dos outros. Esqueceu-se de reagir à própria vida.
Logo, não bastava existir — era preciso ser visto. E ser visto não bastava — era preciso ser curtido. A identidade, que antes morava no espelho, mudou-se para o feed. O reflexo virou pixel, e a alma, métrica.
O like tornou-se o novo batimento cardíaco da autoestima: quando sobe, vem a euforia; quando cai, o colapso. O amor próprio, antes construção, virou atualização de página.
A solidão digital é um fenômeno curioso: nunca se falou tanto, nunca se escutou tão pouco. Cada post é um grito dizendo “me amem”, e cada silêncio um lembrete cruel de que o algoritmo não tem coração.
O ponto, observando tudo de longe, ri com melancolia: “Eles queriam ser deuses, mas se contentaram em ser notificações.” O eco do like reverbera pelo vazio — um som doce e oco, como palmas em auditório vazio.
E assim, o ser humano, outrora criador de sentidos, passou a buscar sentido nas reações dos outros. Esqueceu-se de reagir à própria vida.
